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Uso de tela saudável na primeira infância

  • deboratorrespsiqui
  • 9 de nov.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 10 de nov.

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O mundo digital tem se tornado a principal fonte de informação, trocas, trabalho e lazer na atualidade. Celulares, tablets e televisões fazem parte do cotidiano das famílias. O problema não é o uso em si, mas como as telas são usadas.


O que significa um uso de tela saudável?


Um uso saudável é aquele que não substitui o brincar, o convívio ou o sono, e que acontece com conteúdos adequados e tempo limitado. As telas podem ser fontes de aprendizado e lazer, desde que usadas com presença e intenção.


A criança necessita observar e explorar o ambiente para que apresente um neurodesenvolvimento saudável. O olhar dirigido à tela faz com que a criança se mantenha parada na maior parte das vezes, com olhar fixo e com dificuldade de alternar a atenção a outro objeto ou pessoa (exemplo, você chama e a criança não te responde). Ao interromper o uso, a reserva de energia acumulada ao se manter parada além do excesso de estímulos vistos, podem ocasionar irritabilidade, agitação e desregulação emocional. Por esta e diversas outras razões (auditivas, oftalmológicas…) a Organização Mundial da Saúde contraindica o uso até os dois anos e limita o tempo a partir de então. Prefira o brincar ao ar livre, uso de materiais com criatividade e exploração do novo. Quanto mais rica for a experiência fora da tela, menor o risco de uso problemático.


Em momentos oportunos, use a tela com sabedoria e moderação.


Dicas práticas para os familiares:


1. Escolha bem o conteúdo


Prefira temas educativos e adequados à idade. Evite canais com linguagem agressiva ou estímulos muito rápidos, como vídeos curtos e expansivos. Diferente de desenhos animados antigos, a era digital tem trazido vídeos cada vez mais breves, com excesso de estímulos visoauditivos (como propagandas sobrepostas, sinalizações de substituir por outro antes mesmo de acabar, entrada de notificações de outros aplicativos) desencadeando excitação psicomotora, dificuldade de espera, que aumentam a chance de desencadear sintomas ansiosos.


2. Gerencie e acompanhe o que seu filho assiste


Não ensine ou permita que a criança pequena assuma o controle da televisão ou o celular e decida o que vá assistir ou quando trocar. É importante que a criança assista o conteúdo por completo antes de selecionar outro, entendendo a importância da espera. Selecione, fique próximo e ainda melhor, assista junto, comente, faça perguntas. Isso transforma o momento em algo interativo e recíproco.


3. Estabeleça limites


Combine tempos de uso com a criança que já apresenta noção temporal (por exemplo, 30 a 60 minutos por dia) ou ainda melhor a quantidade que assistirá (“até esse filme/desenho acabar” ou “um episódio”, mantendo uma rotina previsível. Crianças se sentem seguras com limites claros.


4. Evite telas nas refeições e antes de dormir


Esses momentos são importantes para o vínculo familiar e para a qualidade do sono. Além disso, apesar da distração da tela facilitar a aceitação do alimento, pode dificultar a percepção de saciedade, facilitando o desenvolvimento de obesidade; e, ainda, atrapalhar no reconhecimento degustativo dos grupos alimentares, podendo gerar recusa a longo prazo, ao contrário do processo de automanipulação do alimento, que apesar de ser mais custoso, facilita o reconhecimento e apreciação futuras.


5. Dê o exemplo


As crianças aprendem mais com o que veem do que com o que escutam. Mostrar equilíbrio no próprio uso de tela é a forma mais eficaz de ensinar.



⚠️ Sinais de que o uso de tela pode estar em excesso


Nem sempre é fácil perceber quando o uso passou do limite. Alguns sinais de dependência ou uso problemático incluem:


  • Irritação, birra ou choro intenso quando a tela é retirada;

  • Interesse exagerado por jogos, vídeos ou redes, com dificuldade de se envolver em outras atividades;

  • Diminuição do tempo e qualidade de sono;

  • Desatenção, queda no rendimento escolar ou fala empobrecida;

  • Isolamento social, preferindo as telas do que brincar com outras crianças;

  • Uso de tela para acalmar sempre que está entediado, irritado ou triste.


As telas fazem parte do mundo atual, e não precisam ser vistas como vilãs. O essencial é manter o equilíbrio: presença dos pais, tempo definido, conteúdos de qualidade e muitas experiências fora do digital. Assim, a tecnologia pode ser uma aliada, e não um obstáculo no desenvolvimento saudável das crianças.

 
 
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© 2023 por Felipe Valory

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